Alguns dos pejoteiros/as presentes na II Conferência Estadual |
Desde o inicio da II Conferência
Estadual de Juventude, previsto para sexta às 14h com inicio do credenciamento,
aconteceram diversos problemas de organização, de infra-estrutura, que foram se
somando a politicagem e que tiveram como resultado um processo completamente
anti-democrático. O credenciamento só começou às 17h30 com uma fila confusa e
uma equipe completamente perdida, dividida entre membros da COE, da
Superintendência Estadual de Juventude e funcionários de uma empresa
contratada. O credenciamento de delegados pela manhã e de suplentes e observadores
no sábado prejudicou o andamento do cronograma do evento, além da falta de
controle das delegações nos hotéis. Além disso, para os delegados que vieram de
municípios a menos de 100 km da capital do Estado não foi providenciado pela
COE nenhum alojamento e nem transporte o que desmobilizou muitos jovens. Apesar
da maioria desses municípios ter conseguido transporte para ir na sexta-feira,
como os delegados tinham que ir pra casa e voltar pela manhã no sábado e fazer
o mesmo no domingo, muitos não voltaram, o que reduziu suas delegações pela
metade.
No sábado pela manhã, na
discussão do Regimento Interno da Conferência ,que só começou às 11h, alguns
membros da PJ pautaram mudanças necessárias no documento. Sendo o Regimento o
instrumento que coloca os direcionamentos para a votação e aprovação de
propostas e de delegados para a Conferência Nacional entendemos que ele foi
manipulado para que não propiciasse que os municípios menores tivessem o mesmo
peso que os maiores nessas discussões. Os grupos de trabalho que aconteceram no
sábado a tarde foram espaços de debate sobre propostas para as PPJs muito
diversos, muito construtivos em sua maioria mas alguns grupos tiveram
problemas, em um deles uma jovem teve sua fala limitada sobre pensar questões
relacionadas a juventude rural pela posição da facilitadora de só considerar
falas relativas a juventude urbana que, segundo ela, era maioria. Sábado a
noite foi cedido aos delegados ingressos para o show do Paralamas do Sucesso no
mesmo local. Sendo que, apesar do show estar previsto no cronograma, não foi
avisado com antecedência aos municípios que os menores de idade não poderiam
participar do show pois ele não seria fechado apenas para os delegados.
Prezamos pelo respeito ao ECA, pela integralidade dos jovens adolescentes, mas
como não entraram no show, muitos deles ficaram pela Lapa sem um responsável
maior de idade pois a grande maioria de delegados foi ao show.
No domingo pela manhã, estava
previsto a discussão e aprovação de propostas que só começou às 11h00. A
presidente da COE junto com o Superintende Estadual de Juventude foi a frente e
pediu que aprovássemos as propostas através da seguinte dinâmica: todas as
propostas seriam colocadas em grandes cartazes num mural e os delegados
receberiam 5 adesivos de bolinha que deveriam ser colocados nas 5 propostas
mais gostassem. As propostas que tivesse maior número de bolinhas seriam
aprovadas. Infelizmente a plenária aprovou essa metodologia que não permitiu
que as propostas fossem discutidas com todos os delegados. O mural era muito
grande e tinha propostas dos dois lados, muitos delegados só passaram pela
frente do mural, não foram orientados de que haviam propostas nas costas dele,
consequentemente essas propostas que ficaram escondidas tiveram menor votação,
nelas estavam, por exemplo, as discussões de juventude e cidade, juventude e
gênero, juventude e diversidade. As propostas com maioria de votos tinham como
foco a melhoria das condições de trabalho aos professores da rede, 10% do PIB
para a educação, pólos das universidades federais e estaduais em municípios do
interior do Estado, passe livre para todos os estudantes inclusive
universitários, meia entrada nos jogos da FIFA, entre outros.
O erro no credenciamento custou
muito caro a muitos municípios que tiveram votos desconsiderados na eleição de
chapas e perderam vagas na proporcionalidade. A eleição através de chapa única,
fazendo votação apenas para que as chapas soubessem o número proporcional de
vagas que lhes cabia, foi completamente confusa e mal explicada. As
apresentações só foram feitas com todas as chapas fechadas, as discussões e
politicagens das juventudes partidárias atrasaram todo o domingo. Discordamos
completamente da forma como se deu essa votação, foi desnecessária essa
disputa. Sendo que seria muito mais democrático se cada município recebesse a
sua proporcionalidade e sentasse pra discutir quem seriam os seus delegados o
que garantiria a paridade, a diversidade e a representatividade, sem deixar
margem pra essas más práticas políticas. De maneira desumana, a apuração da
votação só acabou às 22h30, foram aproximadamente 4h de espera e a lista de
delegados final não foi oficializada publicamente só o número de delegados que
cabia a cada chapa. Os pejoteiros/as presentes respeitaram a decisão conjunta
dos delegados de seus municípios. Portanto, acabamos nos dividindo entre duas
chapas. Os pejoteiros que irão nos representar na II Conferência Nacional de Juventude
serão Letícia Viana (Diocese de Duque de Caxias), Jorge Roberto (Diocese de
Nova Friburgo) e Braga Junior (Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda).
A Conferência Nacional de Juventude acontece dos dias 09 a 12 de dezembro na Capital Federal. Mais informações, veja em: http://www.juventude.gov.br/conferencia/
GT Teias da Comunicação – PJ Leste 1
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